Klaus Schulze nasceu em Berlim, em 1947. Durante os anos 60, foi baterista em diversas bandas de beat em Düsseldorf e Berlim. Em 1969 foi convidado por Edgar Froese, líder dos Tangerine Dream, a integrar aquela banda de música electrónica, com a qual editou o álbum «Electronic Meditation.» A sua permanência nos Tangerine Dream durou um único ano. Em 1970 fundou a banda Ash Ra Tempel, em conjunto com o guitarrista e teclista Manuel Göttsching. Nesse mesmo ano surge o primeiro trabalho da banda, intitulado precisamente Ash Ra Temple, na sequência do qual se realizaram vários concertos. A sua colaboração com Manuel Göttsching irá durar cerca de três anos. Em 1971 já o músico de Berlim se encontrava a trabalhar num projecto a solo, em resultado do qual veio a público em 1972 o inesquecível «Irrlicht» («Fogo Fátuo», em português). Irrlicht é um oásis avant-garde surpreendentemente bom. Nele encontra-se já o som típico do compositor e algumas outras características, nomeadamente o facto de os temas terem meia hora de duração. Também a colaboração com uma orquestra, recurso repetido noutros discos, é já uma marca da sua atracção pela tradição clássica. Os primeiros concertos a solo sucedem-se em 1973. Neste mesmo ano surge o duplo LP «Cyborg» e o seu segundo vinil como membro dos Ash Ra Temple: «Join Inn».
«Timewind», no qual se pode ouvir um dos seus melhores temas de sempre: «Wahnfried 1883». Praticamente sem ritmos nem melodias, o que dificulta a apreciação estética, é uma obra ímpar, com a qual nada se podia comparar no panorama da música não erudita da altura. Chega finalmente a adquirir notoriedade internacional: a primeira digressão europeia acontece em 1976. Neste mesmo ano surgem dois novos dados para a história da música electrónica: «Moondawn» e «Body Love», este último uma banda sonora. Nestes dois casos encontramos ritmos e melodias, sendo por isso bastante mais acessíveis do que o intemporal Timewind. O LP Body Love chega mesmo a estar em segundo lugar na tabela de importações da revista americana Billboard.
Em 1977 surge outro padrão na música electrónica: «Mirage». Dois temas excelentes, apesar do segundo ser mais acessível do que o primeiro, que no entanto é sem dúvida o melhor trabalho do género do compositor. O nono LP a solo surgirá ainda em 1977: «Body Love Vol. 2». O tema que se destaca deste álbum caracteriza-se por uma maior acessibilidade: «Nowhere-Now Here» é uma peça dominada pela melodia e pelo ritmo, onde no entanto os elementos abstractos têm também lugar. Uma obra ímpar. É sem dúvida a sua peça mais emocionante.
No ano seguinte surge o duplo LP «X», seguindo-se «Dune», o décimo primeiro da sua carreira a solo. Enquanto X é essencialmente melódico, o tema homónimo Dune é uma extraordinária composição avant-garde. Em X os sons de orquestra são uma parte bastante importante de muitos dos seus temas. Em Dune, são os sons do violoncelo.
A melhor fase e onde encontra-se boa parta da revolução sonora empregada por Schulze é na década de 70.
Anos 70
1972 Irrlicht
1973 Cyborg
1974 Blackdance
1975 Picture Music
1975 Timewind
1976 Moondawn
1977 Body Love
1977 Mirage
1977 Body Love Vol. 2
1978 "X"
1979 Dune
Anos 80
1980 ...Live...
1980 Dig it
1981 Trancefer
1983 Audentity
1983 Dziekuje Poland
1984 Angst
1985 Inter*Face
1986 Dreams
1987 Babel
1988 En=Trance
Anos 90
1990 Miditerranean Pads
1990 The Dresden Performance
1991 Beyond Recall
1992 Royal Festival Hall Vol. 1
1992 Royal Festival Hall Vol. 2
1993 The Dome Event
1994 Le Moulin de Daudet
1994 Goes Classic
1994 Totentag
1994 Das Wagner Desaster
1995 In Blue
1996 Are You Sequenced?
1997 Dosburg Online
Fonte: Crítica Filosofica.