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| | [1997] Ok Computer | |
| | Autor | Mensagem |
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Rafa-RH Administrador
Número de Mensagens : 3928 Idade : 35 Data de inscrição : 30/03/2008
| Assunto: [1997] Ok Computer Ter Set 22, 2009 9:53 am | |
| OK COMPUTER
Produzido por Nigel Godrich & Radiohead Arte de Stanely Donwood & The White Chocolate Farm Lançado em 16/06/1997
FAIXAS:
01 Airbag 02 Paranoid android 03 Subterranean homesick alien 04 Exit music (for a film) 05 Let down 06 Karma police 07 Fitter happier 08 Electioneering 09 Climbing up the walls 10 No surprises 11 Lucky 12 The tourist
Última edição por Rafa-RH em Ter Set 22, 2009 9:54 am, editado 1 vez(es) | |
| | | Rafa-RH Administrador
Número de Mensagens : 3928 Idade : 35 Data de inscrição : 30/03/2008
| Assunto: Re: [1997] Ok Computer Ter Set 22, 2009 9:54 am | |
| Resenha por João Leno Lima
Em 2007 completou dez anos o que considero uma das maiores obras de arte do século XX. E um dos melhores discos conceitual do rock em todos os tempos e vou dizer por que.
O disco Ok Computer (1997) dos ingleses do Radiohead.
Formado por cinco amigos, (Thom Yorke letra, vocal e Piano, Jonny Greenwood, Guitarra e sintetizadores e cordas, Colin Greenwood, Baixo, Ed O’ Brien, Guitarra e Shill Selway baterista). Na cidade de Oxford (interior da Inglaterra), o grupo subverteu o britpop, (movimento de rock pop inglês versão anos noventa onde letras bobas, poses e holofotes eram mais importantes que a essência da musica na arte),
Com o engenheiro de som Nigel Godrich e o artista plástico Stanley Donwood, em um estúdio no meio do nada, no interior de Londres, a banda rompe com a estética clássica do britpop, e assina uma obra atemporal que entraria para a história do rock como um dos últimos grandes momentos dele no século. Com influência que vão de Dj Shadow e Krzstof Penderecki (compositor erudito polonês). Passando por inspirações do “Krautrock” (movimento musical anarquico-progressivo alemão),
Como Faust e Can ao Jazz de Charles Minguas e Jon Coltrane,
O pós-punk soturno de Joy Division e referências literárias que vão de George Orwell e seu livro febril e político (1984), Thomas Pynchon e seu manifesto da “contracultura” (O Arco-íris da gravidade) e influências do futurismo urbano nos escritos de Philip K. Dick. A banda de Thom Yorke faz um raio X da sua geração anos 90 e o século XX como pano de fundo, a virada tecnológico, as perspectivas para o Homem contemporâneo e suas contradições nos aspectos existenciais como base.
Ok computer metaforiza sobre a idéia do computador; capaz de executar tarefas tão ou mais complexas do que homem, armazenar milhares de informações e trabalhá-la em vários níveis de problemas, ao mesmo tempo e com uma precisão racional e matematicamente perfeita, mas, incapaz de sentir, incapaz de amar, incapaz de chorar ou sorrir e nesse sentido, o quanto temos de máquina, ou quanto de humanos? Essa ambigüidade é trabalhada tendo como fio condutor a voz quase sintética, mas ao mesmo tempo teatral e lúdica de Thom Yorke. Temas como a possibilidade da morte trazendo para a vida uma nova chance e inspiração (a faixa Airbag), aonde Yorke conduzido pela “maquina” carro metaforizado que conduz Yorke sem rumo, sofre um acidente, mas ele sobrevive graças a um “Airbag”. Então ele passa a acredita que assim sua missão é salvar o universo. Yorke ironiza o homem sobrevivente e sufocado por seu materialismo psíquico que persiste em anular a si mesmo para assim dá lugar a um homem pragmático que não pode sentir a própria existência; onde sua essência está submersa em teias capitalistas e massificações do senso comum, mas esse homem para Yorke, chora internamente uma dor de sua própria inexistência, em (Paranoid Android) ele é um “andróide paranóico”.
Em (Subterranean Homesick Alien) “nostálgico alien subterrâneo”, alienígenas observam a terra e as relações humanas, Yorke reprimido, almeja ser levado pelos alies para o espaço e encontrar assim um mundo melhor. Para ele os homens estão prestes a tornar-se um alienígena dentro do seu próprio mundo, reprimido para sonhar e voltar a sua essência, o Homem só pode ser ele mesmo nos subterreneos mundos da sua subconsciência. Sufocado pelo comodismo e pela falta de perspectiva que assola sua geração pré-milenio, deixando o fim do século inseguro e tenebroso, um século marcado por duas guerras e pequenas outras; Guerra fria, nazismo, fascismo, ditaduras e contradições religiosas e éticas formaram a teias do século mais assustador da historia, o século da bomba atômica e da perpetuação filosófica do capitalismo.
Sufocado Yorke canta em (Exit Music) “música de saída”, planejando uma fuga para algum lugar nenhum enquanto ouve a máquina sussurrar no seu ouvido que isso não passa de um delírio sufocado.
Em (Let Down) desapontado consigo mesmo e com o mundo Yorke vaga pelas ruas, pelos transportes que o levam por caminhos solitários, como andar em círculos dentro de si mesmo numa das músicas mais melancólicas do álbum, Yorke sonha em ter asas, mas histérico e inútil ele se deixa vencer.
Em Karma Police, (referencia a “policia do pensamento” do livro 1984), metáfora da condição alienadora da sociedade moderna. O “Karma Police” (ideologia capitalista como modelo de pensamento). Escraviza “excluindo” da sociedade, qualquer um que queira andar fora da ordem, qualquer um que queira contrariar o “normal”. onde a palavra revolução, virou moeda, onde a arte virou apenas um mero produto na prateleira, onde a utopia é apenas uma palavra que soa risonha e hipócrita, onde qualquer pensamento fora do “normal” é um mero pensamento fora do normal, e se ele persistir, será devorado pelos tentáculos do senso comum e da ordem absoluta, no final Yorke grita: “ufa! Por minuto eu me perdi” e perde-se em si mesmo, mas as sirenes do Karma Police o engole completamente.
Essa ordem é confessada pela voz totalmente robótica em (fitter happier) “Mais ajustado e mais feliz”
Nela Yorke ouve as “dicas” da máquina para uma vida melhor e mais feliz, o que você precisa fazer para se adequar ao mundo moderno, agora sem revolução e desarmado você é manipulado mais facilmente e mais sutilmente. Levando-nos a caminhos distantes; a voz de Thom espragueja sobre questões políticas em (Eletioneering) “fazendo propagando política”. Onde para Yorke há um abismo entre política e ser humano conflitantemente real, O ser com sua idéia revolucionarias de estado e sociedade é minoria, governado pela maquina capitalismo só resta ao individuo lutar pela liberdade do seu próprio pensamento e o manter coerente enquanto procura encontra sentido para o mundo. Mas, um medo de se perder de vista toma conta em (Climbing Up The Walls) “subindo pelas paredes”, Yorke, sobe pelas paredes do seu próprio medo e desespero e se sentindo observado e perseguido, Yorke procura coerência em suas atitudes, e sente um medo quase infantil de estar sozinho em meio a seus próprios fantasmas. a máquina veio para confundi-lo e fraquejá-lo.
Em (No Surprises) “sem alarmes e sem supresas”. Um piano quase de ninar faz a base para um Yorke disperso, distante de si mesmo, cansado das atitudes humanas, desgastado dessa luta interna, enquanto a sociedade apenas caminha sem alarmes, para seu próprio fim, o esgotamento absoluto dos recursos naturais, a degradação completa da natureza isso, sem alarmes e sem supresas.
Mas em (Lucky) “afortunado” Thom diz esta com sorte, sente que pode amar e ter um dia glorioso, seus pensamentos estão mais claros, observa a humanidade de cima, flutuando em seus sonhos, acredita que seu rumo pode mudar na musica mais cheia de esperança de um álbum escuro e áspero, com a virada tecnológica, a revolução da informática na ultima década a humanidade vem perdendo aos poucos seu espaço de trabalho e o que foi um marco na revolução industrial agora na sociedade “pós-moderna” é feitiço virando contra o próprio feiticeiro (o homem) agora é refém de seu próprio ideal materialista, aumento do desemprego, empregos alternativos, desequilíbrio social, desigualdade, é o preço capitalista, que já não vê ninguém em sua frente para detê-lo então Yorke despenca, afirma que o “chefe do estado o chama pelo nome” clama para tirá-lo do acidente aéreo, afirma que já esta na extremidade de si, síntese de uma sociedade que se viu no século XX a beira de sua extinção, a beira de um colapso político, mas que recuperando suas formas viu na década de 90 uma grande ressaca de idéias e esperança, uma década marcada por um otimismo automático, pelo movimento elétrico dos passos, pelos blocos econômicos causando em países em desenvolvimento uma ilusão de modernidade e uma pobreza disfarçada para o bem da globalização, pela arte-objeto, efetivação da mulher no mercado de trabalho e consequentemente uma fusão com o homem no papel de maquina de fabricar dinheiro, o homem turista do seu próprio mundo sobrevive asfixiado e asfixiando,
Em (The Turist) a derradeira faixa de Ok Computer, Yorke clama que o homem vá devagar, que ele pare e pense o que significou o século XX, o que significa a própria existência dele, o que ela esta fazendo para si mesmo e o mundo, terminando Ok Computer de forma melancólica e confessional num clamor poético inalcançável, numa musica cheia de espaço vazio, quase um blues sintético,
Que vai morrendo aos poucos enquanto Yorke canta: “Homem devagar aí, devagar aí...”.
Ok Computer torna-se uma dos últimos sopros de arte do rock no século XX, Por ter a relevância de transformar elementos tão universais e íntimos e sintetizá-los e textualizá-los em seu discurso. Por ser uma copia fiel do seu tempo. Por captar os elementos que tornaram esse fim de século tão instigante tão escuro para as ações e o ser. Pela fusão pós-moderna de rock espacial com ambientes progressivos e música eletrônica experimental renovando assim o movimento (o rock) com originalidade e relevância, por ser tão espelho da própria humanidade na voz nos ambientes urbanos sufocantes e arrebatadores comandados por Yorke & cia. Levando o homem a questionar-se, qual o futuro da humanidade?
E qual minha própria relevância em tudo isso?
A arte prova mais uma vez que sua relevância não se limita ao seu próprio eixo e sim que ela se expande em todos os níveis e em todos nós; que ela pode transcrever a realidade e ser um documento histórico do seu tempo e ter papel decisivo nas reflexões sobre os principais problemas e questões humanas, por mais estranho e inacessível que possa parecer, a arte, ainda prevalecerá como um das características mais significantes da essência humana. | |
| | | Mat Amnesiac
Número de Mensagens : 3142 Idade : 33 Localização : Bahia Humor : amnesiquiano Data de inscrição : 27/06/2009
| Assunto: Re: [1997] Ok Computer Sáb Nov 07, 2009 8:35 pm | |
| Cara, quando leio coisas como: "Ok computer é a obra prima do radiohead" sinto uma leve pontada na espinha. Eu sei, leno, que é a tua opinião (e muito bem formulada, por sinal. Parabéns) Mas, pra mim esse disco nunca foi o melhor. | |
| | | s2 Cillian Murphy s2 OK Computer
Número de Mensagens : 1031 Idade : 30 Localização : Cillian Murphy City Humor : Love Cillian Murphy Data de inscrição : 07/01/2009
| Assunto: Re: [1997] Ok Computer Sáb Nov 07, 2009 8:37 pm | |
| ok computer é o mais consagrado acho, mas a obra prima para mim é o Hail to the Thief, tá eu sei que ninguem acha isso e eu to super loko, kk, mas o OK é muito lindo s2 Climbing up the Walls s2 e Lucky s2 The Tourist s2 | |
| | | Mrs Marmite OK Computer
Número de Mensagens : 1841 Idade : 34 Humor : I twitch and I salivate Data de inscrição : 07/10/2008
| Assunto: Re: [1997] Ok Computer Dom Nov 08, 2009 2:10 am | |
| o ok computer é meu preferido, mas vou admitir, se não fosse pelo texto (que eu nem cheguei a ler inteiro, não leve a mal, Leno: tá tarde.) esses significados todos nunca teriam passado pela minha cabeça
o ok computer é meu preferido pq soa bem demais, e diferente cada vez que eu escuto, por isso. | |
| | | Fel_ipe Sem gravadora
Número de Mensagens : 13 Idade : 30 Data de inscrição : 03/12/2009
| Assunto: Re: [1997] Ok Computer Seg Jan 04, 2010 9:08 pm | |
| O OK Computer, é o meu favorito... Tem um signficado bem pessoal pra mim e tal... E é o que a sonoridade me cai melhor, acho... Eu quase choro ouvindo Let Down e No Surprises, poxa... Devo discordar dos significados que o cara postou, apesar de serem válidos, mas pra mim esse cd todo se encaixa quase que perfeitamente com um momento da vida que eu passei, agora está tudo melhor... But... | |
| | | Dan Sem gravadora
Número de Mensagens : 21 Idade : 30 Humor : Paranóico no mínimo Data de inscrição : 15/02/2010
| Assunto: Re: [1997] Ok Computer Ter Fev 16, 2010 9:54 pm | |
| Este sim é um dos motivos de eu ainda dar valor a vida, escutar isso é um favor a humanidade! Sério! Nunca vi um álbum tão completo, tão perfeito, tão pra mim! hihihi No que dia que eu escutei, foi realmente the glorius day! | |
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| Assunto: Re: [1997] Ok Computer | |
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| | | | [1997] Ok Computer | |
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