Poemas

"As estrelas parecem um poema de withimam.
Os planetas longos versos de Fernando pessoa
Os cometas algum rabisco que rimbund arremessou longe"

Lindo demais seu poema, Leno!

Mas parmanece o mistério:
"De onde vêm os cometas?"

 

Bom, Coesão, o poema é um desabafo. Você interroga a si mesmo em frente ao espelho. E ao longo do poema os diálogos internos com a consciência, a atemporalidade nada mais é que o mundo das idéias de Platão, e você se encontra profundamente imerso nele. Já no mundo dos sentidos tudo está sujeito a corrosão do tempo, conquistar o mundo seria conquistar os dois mundos: o seu interno e o exterior. Mais adiante um drama existencial: O sentir e a expressão dos sentidos, não somos mais que marionetes, os sentimentos mais sinceros sejam eles de que natureza forem são moldados, o homem deixa de ser um bicho selvagem e passa a ser amestrado. A coesão seria na minha opinião a junção perfeita ou não entre o mundo da abstração que pertence a cada ser em especial e o mundo dos sentidos do qual cada um de nós tem parcela significativa na construção desta realidade.

Como prometi ao Mat,venho aqui registrar um poema.
Simples,mas escrito num momento muito dificil.

Azul Cobalto

Espelhos quebrados tiram o azul do céu
transformam as nuvens dela em pássaros.
Um mar de emoções tirava o melhor da garota.
Nunca teve ninguém para reparar suas quedas
Nunca teve ninguém para dizer o que era certo
Não era tão corajosa no pais de copas
Tinha medo da rainha
Queria eu ter descoberto antes que a rainha era minha alma.


Eu nao sou poeta

Acho que vivi um pouco desse poema tb. De alguma forma vc se culpa ou lamenta não ter tido a lucidez necessária? de alguma forma vc acha que tropeçou nas próprias pernas da situação:? vc acredita q poderia ter feito diferente?

"Espelhos quebrados tiram o azul do céu
transformam as nuvens dela em pássaros."

versos iniciais soberbos de lindo e dolorosos.

L escreveu:

Acho que vivi um pouco desse poema tb. De alguma forma vc se culpa ou lamenta não ter tido a lucidez necessária? de alguma forma vc acha que tropeçou nas próprias pernas da situação:? vc acredita q poderia ter feito diferente?

"Espelhos quebrados tiram o azul do céu
transformam as nuvens dela em pássaros."

versos iniciais soberbos de lindo e dolorosos.

Pois é,usando as tuas palavras,lamento mesmo por nao ter sido lucida no momento que esse era o sentimento mais indicado

Quando escrevi isso a um tempo atrás,percebi que eu como um carrasco pa maioria das pessoas a minha volta,talvez por ser um ambiente em que eu me achava melhor que certas pessoas ou situaçoes...

Nossa,desabafei de um certo modo...

Natural. Irreverssível. Só não podemos andar em círculos cometendo os mesmo desacertos.
Passei anos me culpado e lamentando não ter tido outra atitude tb. Mas o tempo, as coisas em volta não esperam sentadas nós nos levantar-mos...Depois do tropeço é seguir andando...

Lindo poema EriiHDnn..bom dá para sentir que você se decepcionou com você mesma..posta mais!! E não fala tipo ahhh eu não sou poeta, aqui ninguém se acha tão poeta assim mas se poeta é aquele que dá vida aos versos então todos nós somos poetas...

lolo

Que bom Mat, embora eu seja nova no fórum tenho um carinho especial pela galera, não tem nada que eu possa te dizer que não soe como um livro de auto-ajuda, porém, o que posso dizer é que direta ou indiretamente, todos passam por um momento assim, ou consigo ou com pessoas queridas, então é algo a ser superado e se você deixar que pequenas coisas façam parte da sua vida essas coisas vão preenchendo aos poucos os enormes vazios.E continue cantando a sua musa, os seus versos. Bom vou postar um poema.



Incolor




Eu não sou o que eu podia
Meu melhor hoje não basta
não basta.
Hoje eu estou fraca e eu estrangulei
Cada sonho que eu não realizei
Cada verso que não escrevi
Cada medo que me dominou, e domina em si
Hoje eu choro copiosamente dentro de mim
Uma tristeza explicável
Eu não sei dizer.
Eu não sei sentir.

A lua já não aparece em minha janela
Hoje eu a enganei
Eu fingi estar bem pra não te ver sofrer
Pra não sofrer duplamente assim
Meus versos hoje não vão dizer o melhor de mim
Minha boca trêmula soluça a dor que sufoquei
Eu sufoquei e me engoli.

Agora estou só, aguardo no ensejo de exprimir
a caneta flui em minhas mãos interpelam o papel
Agora choro copiosamente sem vergonha
dentro de ti
Uma tristeza inexplicável
Eu ainda não sei dizer
Eu apenas sei sentir.





Thamires Machado

Uau thamires
gostei da contradição.
Eu apenas sei sentir/Eu não sei sentir

Ninguém se sente 100%=/

Outro poema meu,escrevi no onibus,da ida do centro de porto alegre onde moro(que é lindo,arquitetura perfeita) indo pra puc(onde estudo,prééééédios)


A cidade em guerra

Minha cidade está em guerra
De um lado as cores
De outro o pavimento extenso.
Por um lado as casas que contam histórias
Por outro os prédios que nos mantém trancafiados.
Uma opinião versus uma maneira.
A liberdade lutando contra as jaulas
Os novos humanos contra os novos da fábrica
A cidadania contra o tempo
Nossas vidas contra o dinheiro
As nossas artes singelas contra a massa fabricada.

Meio OK Computer esse poema, gostei!
Mostra um pouco de alienação:
"Os novos humanos contra os novos da fábrica
A cidadania contra o tempo
Nossas vidas contra o dinheiro"
E mostra também um contraste que pode ser interpretado de diversas maneiras:
"De um lado as cores
De outro o pavimento extenso.
Por um lado as casas que contam histórias
Por outro os prédios que nos mantém trancafiados."

Acho que não há nenhum segredo no poema... Ele é simples, objetivo... Interessante!

O da Thamires é lindo, não sei bem como postar minha interpretação...

Parabéns as duas!

Valeu =)

o melhor de postar aqui são as opinioes =)

Raramente eu opino os do Leno porque minha cabecinha adolescente não entende e até os mais simples, como o da Thamires quando mais nova eu opino mal, mas beleza... Agradeço por agradecer minhas opiniões

Skanker escreveu:

Raramente eu opino os do Leno porque minha cabecinha adolescente não entende e até os mais simples, como o da Thamires quando mais nova eu opino mal, mas beleza... Agradeço por agradecer minhas opiniões

Eii, eu quando mais nova?? Rs, não entendi direito, mas opina, não tenha receio de falar o que pensa mesmo que para você pareça ser besteira, às vezes tem um grande sentido.

P.s.: Hum Eriih valeu pelo comentário e Skanker pelo elogio.
Tive que editar por que pensei que havia comentado o poema da Eriih, mas não.

Cidade em Guerra mostra bem a dualidade da vida moderna, me lembra bem o centro histórico daqui: o antigo e o novo se misturando(criando e quebrando identidades), um progresso que nos deixa totalmente vulnerável às máquinas, ao trabalho alienado, parece que quando você fala "liberdade lutando contra jaulas" me remete a idéia de que conhecimento liberta, mas ao mesmo tempo e fisicamente pessoas se encontram enjauladas em faculdades. Este poema seria um tradutor da modernidade no sentido mais estrito.

Incolor, poema da Thamy (vou comentar por ordem) é um poema de uma sinceridade agonizante.

As primeiras linhas relevam uma dor, um corte visceral no ser e isso se transmuta em versos nos versos seguintes, relevando a simplicidade para o poeta em exprimir seu inexprimilvel.

'A cidade em guerra" uma pequena e sincera ode as contradiçoes, paradoxos e negativismos do mundo moderno. Mas está oculto em seu discurso uma abstração que remonta a outra realidade. A realidade não só feita de coisas práticas, existe a realidade interior tão voraz quanto qualquer outra mas deixado de lado. "Nossas vidas contra o dinheiro" o verso a princípio nada contra a maré da realidade, mas no íntimo compreendemos essa realidade que vivemos.

É sensacional perceber que aos poucos alguns q "não se consideram" poetas mas o são dentro de si, vão mostrando seus pequenos pergaminhos íntimos para nós, seu leitores ávidos. A poesia agradece, já que ela existe para ser lida...

=]

Thamires escreveu:

Skanker escreveu:

Raramente eu opino os do Leno porque minha cabecinha adolescente não entende e até os mais simples, como o da Thamires quando mais nova eu opino mal, mas beleza... Agradeço por agradecer minhas opiniões

Eii, eu quando mais nova?? Rs, não entendi direito, mas opina, não tenha receio de falar o que pensa mesmo que para você pareça ser besteira, às vezes tem um grande sentido.

Aquele... Acho que de quando sua avó morreu... Você disse que era mais nova quando escreveu, tanto que ele é mais simples que os seus de hoje... Entendeu?

Entendi sim Skanker, quer dizer, agora entendi..
Vou aproveitar e postar outro poema.






Cerne e concerne







Como é intrigante o amanhecer de cada dia,
O jeito como a manhã se impõe no céu
E os pássaros constroem seus ninhos
e em mim deixam pedaços de papel.

Sintonia de pousos distantes, de dias sofridos
Mentes brilhantes!
O véu no rosto cairá no primeiro momento
A boca calara naquele segundo
Em que meu carrossel rodou divagante
Parou lá no porto e fincou o seu centro.
A vida no cais me trás e me joga pra fora
A noite no cais me trás pensamentos e os leva embora.


Ah vida!
És a mais linda das poesias sofridas!
Por ti vivo a me machucar
Por ti vivo a reiterar
E pedir perdão e a pecar.
Mas não há solidão em ti que não esconda
Tristezas invisíveis, poetas insensíveis
Belezas das mazelas!
Figuras o solícito e o profano
O sagrado e o humano
Que se encontram em duas faces na terra!







Thamires Machado

pálido...

"Cerne e concerne" parece um hino. Um belo poema, me lembrou Manoel Bandeira que era um gênio.

"Como é intrigante o amanhecer de cada dia,
O jeito como a manhã se impõe no céu
E os pássaros constroem seus ninhos
e em mim deixam pedaços de papel"

Quarteto impecável. lirismo matinal que poucos hj em dia se dão a perceber...Cabe ao poete sempre aquele olhar que olha além doq está visivel.

Obrigada Leno, adorei o comentário, se lembrou o Bandeira, fico lisonjeada.
Bom o poema do Mat:

Pornô, o título seria antagônico ao poema, foi sua intenção Mat? Quero dizer,nada nos versos incita ao pornô, vou tentar ver além das descrições que você fez..vou analisar esta mulher..vou abstrair da realidade..você estaria comparando a pornagrafia a algo sujo, lascivo, seriam as chagas da humanidade?? Viajei total..mas é só uma viajem pra tentar tirar um pouco da impressão primeira.

A descrição putrefata do Mat revela talvez na "sujeira" humana um paralelo metaforico com oq ele acredita que seja algo sujo (pornografico) de se olhar...

"Os odores e os líquidos quentes"

Talvez a "decadência" humana excite o poeta em sua ode pessimista e depravatoria e degradante em relação ao seu próprio eu e a humanidade.